VELA PARALÍMPICA
Era fim da década de 1990, mais precisamente 1999. Berenice Chiarello, fisioterapeuta com mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), trabalhava no Clube Paradesportivo Superação, localizado na zona sul da capital paulista. Desde os anos 1980, Berenice ministra aulas de natação para pessoas com deficiência física e no Superação o perfil de seus alunos era o mesmo. Foi quando um deles, de forma espontânea, mostrou interesse em velejar, querendo saber se era possível para uma pessoas com deficiência física praticar a modalidade.
O marido de Berenice, Renato Valentim, empresário, tinha na vela sua grande paixão, tendo, inclusive, ganho campeonatos paulistas. Tentando solucionar a questão levantada pelo aluno de sua esposa, Valentim procurou a então Federação Brasileira de Vela e Motor (FBVM) para saber o que o Brasil oferecia em termos de vela paralímpica. Foi quando descobriu que nada era feito nesse sentido no país. Renato passou então a pesquisar sobre a modalidade e decidiu usar barcos da classe Day Sailer, uma categoria da vela convencional, com a intenção de propiciar a prática da vela a quem se interessasse. “Eram os mais parecidos com os barcos oficiais da vela paralímpica, que eram muito caros. Mas estavam longe do ideal, já que esses barcos não têm quilha, diferentemente dos barcos oficiais da vela paralímpica. A quilha ajuda demais a não virar o barco, dá uma estabilidade maior”, explica Valentim. Em 3 de julho daquele ano, o Clube Municipal de Iatismo, na represa de Guarapiranga, em São Paulo, recebeu 15 atletas com vários tipos de deficiência física para o primeiro dia de treinos, coordenados pelo casal Renato e Berenice.
O grande sucesso desse primeiro trabalho resultou em um convite feito aos atletas paralímpicos para um programa batizado pelos próprios velejadores de Projeto Água-Viva, que consistia em treinamentos realizados em barcos Day Sailer. A participação dos atletas foi crescendo, e em dezembro de 2000 foi realizada, na própria represa de Guarapiranga, a primeira regata para pessoas com deficiência física do Brasil: o Prêmio Grascon-Superação. Em 2001, Valentim, ainda totalmente restrito pela falta de verba, decidiu adaptar os barcos Day Sailer a pessoas com deficiência. “Fizemos adaptações simples, com travessas e pegadores de mão, para ajudar na locomoção interna pela embarcação e também auxiliando no equilíbrio”. Os primeiros veleiros Day Sailer adaptados a vários tipos de deficiências foram montados, os memoráveis Romeu e Saracura, que assim foram batizados. Os atletas paralímpicos passaram a competir nesta classe junto aos atletas sem deficiência. As equipes paralímpicas participaram, nos anos posteriores, de campeonatos regionais e nacionais realizados em importantes centros de vela, nas represas de Guarapiranga, Billings, Porto Primavera e no mar, em Ilhabela, Santos, Bertioga e Rio de Janeiro. Em 2002, a assinatura de um convênio entre FBVM (Federação Brasileira de Vela e Motor) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) resultou na aquisição dos primeiros barcos da classe 2.4mR (categoria paralímpica) para o Brasil. Com esses veleiros foi possível realizar os Primeiros Jogos Paralímpicos do Brasil, em maio de 2004.
Uma importante consequência desse campeonato foi o surgimento do segundo núcleo de vela brasileiro, no Rio de Janeiro. Em dezembro de 2004, foi realizado na represa de Guarapiranga o primeiro campeonato Brasileiro de 2.4mR, com 10 atletas de São Paulo, Rio de Janeiro e ainda da Argentina. Mas, mesmo com a compra dos barcos 2.4mR, as embarcações adaptadas da Day Sailer foram utilizadas até 2008, quando foram substituídas por modelos mais avançados, da classe POLI 19. “Em 2005, vislumbramos a possibilidade de construir um barco muito parecido com o da classe Sonar, outra categoria da vela paralímpica. Mas ele seria um pouco menor e muito mais barato, esse seria o grande diferencial. Procuramos o departamento de engenharia naval da Escola Politécnica (Poli-USP). Nosso projeto foi contemplado, recebemos cerca de R$ 100 mil e foi fundado o laboratório de vela na Poli, que não existia.
A embarcação demorou três anos para ficar pronta”, fala Valentim, que atualmente coordena a vela paralímpica junto à Federação Paulista de Vela. A FBVM foi filiada ao CPB em abril de 2005. Nesse ano foi contratado o primeiro técnico de vela para o núcleo de São Paulo: Vitor Hugo Marcelino. Em 2006, mais dois técnicos foram contratados para os núcleos do Rio de Janeiro e para o recém-criado de Minas Gerais. Em 2007, seguindo uma orientação do próprio Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foi fundada a Confederação Brasileira de Vela paralímpica (CBVA), diretamente ligada ao CPB, e que teve no carioca Walcles Osório seu primeiro presidente. Em fevereiro desse mesmo ano, foi realizado na represa de Guarapiranga o primeiro Campeonato Brasileiro de Vela Paralímpica de Equipes, que selecionou dois times para representar o Brasil no Mundial da The International Association for Disabled Sailing (IFDS). O Mundial da IFDS aconteceu em setembro de 2007, em Rochester (EUA), e era a última classificatória para os Jogos Paralímpicos de Pequim. O resultado dos times brasileiros foi um ótimo 12° lugar, suficiente para garantir uma das 14 vagas reservadas para os Jogos.
Sendo assim, a vela brasileira estreou nas paralimpíadas em 2008. Os resultados foram discretos, mas a participação em si foi uma grande vitória, especialmente para o casal Renato e Berenice, que viu a semente plantada dez anos atrás, crescer e se fortalecer. O próprio Renato faz questão de mencionar os primeiros atletas de alto rendimento que nasceram e cresceram no Projeto Água-Viva: Honório Rocha, Ademir Pereira, Ricardo Messias e Luiz Gouveia, o Luizão. No mesmo ano das paralimpíadas de Pequim, o POLI 19 finalmente ficou pronto e passou a ser utilizado em treinamentos na cidade de São Paulo. Em abril de 2009 a CBVA organizou seu primeiro campeonato brasileiro, com participação de um novo núcleo, criado em Santa Catarina. Um ano depois, em abril, mais dois núcleos estiveram representados no campeonato brasileiro de 2010: Brasília e Rio Grande do Sul. Brasília, inclusive, foi a primeira a criar uma federação estadual de vela paralímpica, caminho que deve ser seguido pelos outros núcleos.
Nas paralimpíadas de Londres, em 2012, tivemos representantes na classe Skud 18. Atualmente, centenas de velejadores treinam e competem nos seis núcleos brasileiros de vela (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais), nas três categorias paralímpicas: individual (2.4mR) e equipes de 2 (Skud 18) ou 3 atletas (Sonar). Osório, que atualmente é o coordenador técnico da CBVA, cita que o desafio maior, para o futuro, é a divulgação da modalidade pelo país, buscando trazer especialmente jovens com deficiência física para a prática. E acredita que teremos bom desempenho no Rio, com boas chances nas três classes. “Pela primeira vez teremos representantes em todas as classes da vela paralímpica, por sermos o país sede. As equipes estão treinando no Rio de Janeiro, conhecendo a raia que será usada, acostumando-se aos ventos, marés, tem muita coisa a nosso favor”, diz ele. Uma de nossas principais esperanças é Marinalva de Almeida, na classe Skud 18, e que começou na vela paralímpica com Renato e Berenice, treinando já com o POLI 19.
Porém, Marinalva, hoje com 38 anos, começou há pouco tempo na vela. Natural de Santa Isabel do Ivaí, no interior do Paraná, mudou-se com a família aos 5 anos para Campo Grande (MS). Foi lá, quando tinha 15 anos, que sofreu um acidente de moto e teve a perna esquerda amputada acima do joelho. “No início foi complicado, sabe como é, sou mulher, tinha apenas 15 anos, tem toda a coisa da vaidade também. Mas consegui entender o que estava acontecendo e rapidamente me adaptei à nova realidade”, conta. Começou a frequentar o Clube Paradesportivo Cendef e lá teve contato com outras pessoas com deficiência, percebendo que era possível ter qualidade de vida, olhando exemplos alheios. Praticou lançamento de dardo, arremesso de peso e halterofilismo, chegando a ganhar medalhas nessa última modalidade. Mas aos 17 anos, casou-se, engravidou (ela tem três filhos) e a rotina familiar, somada ao trabalho (Marinalva era atendente em uma empresa de telecomunicações), a impediu de continuar praticando esportes. Seu retorno às atividades esportivas ocorreu somente em 2010, quando já morava em Salto, interior de São Paulo. “Fiz um curso profissionalizante no SENAI de Itu. Lá, um amigo com deficiência me falou de corridas de rua. Pensei comigo mesma, esse cara deve ser louco. Como vou participar de uma corrida de rua se uso muletas?”, fala Marinalva, que só foi usar uma prótese três anos depois.
Como o amigo insistia e ela tinha bom preparo físico justamente por usar muletas no seu dia a dia, resolveu participar de uma prova com dez quilômetros de distância. “Estava me sentindo bem. No quinto quilômetro duas meninas juntaram-se a mim, dizendo que iríamos terminar a prova juntas. No nono quilômetro estava exausta, mas as meninas e o público que assistia me incentivavam demais. Aquilo virou questão de honra para mim e terminei a prova”. Dali em diante se apaixonou pela prática e passou a correr diversas provas, entre elas uma meia maratona em Foz do Iguaçu (PR). Mas foi a participação na São Silvestre de 2012 que iria mudar a vida de Marinalva. “Fui a primeira mulher a completar a prova de muletas. Aquilo trouxe uma repercussão grande na mídia. Foi quando, em janeiro de 2013, fui procurada pela doutora Linamara Rizzo Battistella, da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo do Estado de São Paulo. Ela me fez um convite para participar do Time São Paulo, formado por atletas paralímpicos de ponta. Só que a equipe de atletismo já estava completa. Foi quando me ofereceram a vela, eu que nunca tinha velejado na vida!”, lembra Marinalva, que ganhou sua primeira prótese contando justamente com o apoio de Linamara. Fez testes e logo foi aprovada, mostrando grande talento na condução de um barco. Passou a treinar com Renato e Berenice e a participar de competições estaduais e nacionais. Ela chegou a ficar em 3° lugar geral em 2014 no Circuito Guarapiranga, competindo com mais de 150 barcos, a maioria deles pertencente à vela tradicional.
Em abril de 2015, em acordo firmado entre o Time São Paulo e a CBDV, Marinalva mudou-se para o Rio, a fim de se preparar melhor para a paralimpíada que se aproxima. “As condições de treinamento são muito boas, treino com barco oficial, estou me acostumando com a Baía de Guanabara, local das competições. Além disso, equipes de fora estão vindo treinar aqui, o intercâmbio é fantástico. A equipe inglesa, por exemplo, é receptiva, fico observando como velejam, os ajustes que fazem nos barcos. É impressionante como a modalidade evolui, se desenvolve. É preciso estar atualizada o tempo todo”. Sobre a chance de medalhas, ela acredita na possibilidade. “Será difícil, a nata da vela paralímpica estará aqui, mas com muita garra e dedicação vou procurar alcançar um pódio”.
A VELA PARALÍMPICA NO MUNDO
A vela paralímpica no mundo é bastante recente. A modalidade nasceu no início dos anos 1980, simultaneamente em diversos países e classes de velejadores. Um dos marcos da vela paralímpica foi a criação do barco 2.4mR em 1983, na Suécia. Esse pequeno veleiro, para apenas um atleta, rapidamente passou a ser utilizado por atletas com deficiência física em competições oficiais da classe. O primeiro campeonato internacional para pessoas com deficiência física foi realizado na Suíça (International Handicap Trophy Regatta). O sucesso foi tão grande que inspirou campeonatos similares na Alemanha, Holanda e França. Em 1988, foi fundado o International Handicap Sailing Committee (IHSC). Essa instituição organizava regatas, promovia a vela para pessoas com deficiência física e servia como uma fonte internacional de informações técnicas, viabilizando encontros e fóruns sobre iatismo adaptado.
O contínuo interesse da comunidade paralímpica internacional nesse novo esporte culminou com a decisão do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), em 1990, de aceitar a vela como esporte de demonstração nos Jogos Mundiais para Pessoas com Deficiência Física (World Games for People with a Disability). O IHSC foi reconhecido em 1991 pela Federação Internacional de Vela IYRU (posteriormente ISAF) e renomeado International Foundation for Disabled Sailing (IFDS). Em 1992, o Campeonato Mundial de Vela para “Deficientes Físicos” foi realizado na Espanha paralelamente às Paralimpíadas de Barcelona, como forma de divulgar o esporte, entretanto ainda não fazia parte da estrutura dos Jogos. A primeira participação da vela em Jogos Paralímpicos foi em Atlanta, 1996. A modalidade foi apresentada pela primeira vez como esporte de exibição, sem direito a medalhas, e foi um grande sucesso. O IPC rapidamente promoveu a inclusão da vela nos jogos paralímpicos, definindo sua participação nos jogos Paralímpicos de Sidney, em 2000. Atualmente as grandes potências na vela paralímpica são Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e Holanda.
CURIOSIDADE PARALÍMPICA
Infelizmente a vela paralímpica não fará mais parte dos Jogos Paralímpicos, depois do Rio. A alegação do International Paralympic Committee (IPC) é que a modalidade não tem apelo mercadológico, por ser disputada em grande parte longe do público, além de não ter o dinamismo pretendido pela televisão. Renato Valentim, porém, diz que existem pressões contrárias, na tentativa de que o IPC volte atrás. Dessa forma, cabe a nós torcer para que Tóquio 2020 tenha a vela no seu programa oficial de competições.
O BRASIL EM PARALIMPÍADAS
Os velejadores brasileiros tiveram sua primeira participação em uma edição dos Jogos em Pequim 2008. O país foi representado pelo trio Luiz Faria, Darke de Matos e Rossano Leitão na classe Sonar, e terminou a disputa na 14ª colocação. Em Londres 2012, o Brasil voltou a ter velejadores na disputa por medalhas, desta vez, na classe Skud 18. A dupla formada por Bruno Landgraf e Elaine Cunha conduziu a embarcação brasileira nas regatas e terminou a competição em 11º lugar.
FICHA TÉCNICA
Regras: A vela paralímpica segue as regras da ISAF (International Sailing Federation) com adaptações feitas pela Federação Internacional do Iatismo para “Deficientes” (IFDS) e pelas Confederações Nacionais, como a CBVA no Brasil. Existem vários tipos de regras, como as fundamentais, que asseguram boas práticas esportivas; regras de direito de passagem, que evitam colisões dos barcos e acidentes e regras de condução da competição, que estabelecem os critérios para uma regata justa e imparcial. A IFDS realiza mundiais anuais para as três classes oficiais paralímpicas. Obrigatoriamente, os dois mundiais antes dos jogos são classificatórios para estes, e em cada um deles são preenchidas metade das vagas para as paralimpíadas. A classificação obtida nesses mundiais é atribuída ao país e não ao atleta. Cabe a cada comitê nacional estabelecer o critério de seleção dos velejadores que irão representá-los, o que, normalmente, é feito por seletivas nacionais pouco antes dos jogos.
Veleiros: Na vela olímpica os veleiros são classificados em barcos de quilha e barcos sem quilha. A quilha é uma peça pesada, semelhante a uma barbatana, que fica sob o casco do barco e lhe confere equilíbrio, estabilidade e segurança. Na vela paralímpica são utilizados apenas veleiros de quilha. Existem 3 classes de vela oficiais das paralimpíadas: a 2.4mR, a Sonar e a Skud 18.
• 2.4mR: Os barcos da classe 2.4mR são tripulados por um único atleta. Essa embarcação possui 2 velas (mestra e buja), mede cerca de 4,1 metros de comprimento e possui 260 quilos. Possui uma quilha que é um prolongamento do casco e onde se encaixam peças de chumbo que somam 176 quilos de lastro. O 2.4mR é um veleiro muito técnico, que exige um forte conhecimento de vela, embora não seja necessária uma grande capacidade física. Essa embarcação pode ser adaptada para todo tipo de deficiência, podendo, inclusive ser conduzida com os pés. Entretanto, pessoas com deficiências severas possuem mais dificuldade de controlá-la, o que diminui suas chances de sucesso nas competições. Por esse motivo, com o surgimento do Skud 18, vários atletas nessa situação adotaram a nova classe.
• Sonar: Os barcos da classe Sonar são tripulados por equipes de três pessoas. São veleiros relativamente grandes, com cerca de 7 metros e pesam aproximadamente 900 quilos. É um barco moderno e rápido, que veleja com 3 velas: mestra, buja e balão; essa última não é utilizada em regatas paralímpicas. A tripulação é composta por um timoneiro, um proeiro e um ajustador de mestra. Cada velejador recebe uma pontuação de 1 a 7 em função de sua deficiência. Como o somatório desses pontos deve ser igual ou menor que 14, várias combinações de deficiências físicas são possíveis, inclusive viabilizando a participação de atletas com deficiência visual. Foi na classe Sonar que o Brasil estreou nos jogos paralímpicos, participando das competições em Pequim, 2008.
• Skud 18: Desde o início da vela paralímpica, velejadores com deficiências severas, em especial os tetraplégicos, pediam à Federação Internacional uma classe específica à sua condição física. Logo após às paralimpíadas de Atenas, o barco Skud 18 foi selecionado para esse fim. Trata-se de um veleiro para equipe mista (homem e mulher). Os dois tripulantes são obrigatoriamente um timoneiro com deficiência severa (classificado como 1 ou 2) e um proeiro com uma deficiência física mínima. Esse veleiro possui uma concepção moderna, uma longa quilha com bulbo de chumbo lhe confere grande estabilidade, suas 3 velas são grandes, um balão assimétrico é utilizado quando o barco se desloca nas pernas de popa, e confere ao barco grande velocidade. Foi concebido para ser timoneado por velejadores com grande restrição de movimentos e para tanto possui flexibilidade de adaptação.
Classificação: O sistema de pontuação baseado no nível de habilidade permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos. Após a avaliação dos atletas pelo comitê classificador, são concedidos pontos, baseados nas habilidades funcionais, que vão de 1 a 7, indo do mais baixo ao mais alto nível de funcionalidade, respectivamente. Atletas com deficiência visual são situados em uma das três classes de competição, baseadas em sua acuidade visual e campo de visão. Para assegurar a participação de atletas com todas as contagens de pontos e todas as classes de deficiências, a pontuação agregada não pode ser maior do que 14, o que permite aos velejadores com deficiência mais severa participar das competições. Na classe de barcos Skud 18, os velejadores são classificados como TPA ou TPB. Os velejadores são classificados como TPA quando são adjudicados em 1 ponto pela classificação funcional, ou, quando completando mais de 1 ponto, têm a pontuação funcional do membro superior em 80 pontos ou menos na combinação de ambos os braços, juntamente com uma perda de 30 pontos no melhor braço. Os velejadores são classificados como TPB quando têm ao menos uma deficiência mínima que os torna elegíveis para velejar. Pelo menos um dos velejadores precisa ser mulher. Para a classe de barcos 2.4mR, os velejadores precisam possuir apenas uma deficiência mínima.