O Brasil vai realizar em 2016 um dos maiores eventos esportivos do mundo e a sede será o Rio de Janeiro. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que acontecem no segundo semestre, vão reunir, de uma só vez, os melhores e mais preparados atletas do planeta que vêm à cidade maravilhosa para conquistar medalhas, bater recordes, superar seus próprios limites e encher o público de emoção com disputas inesquecíveis. A visibilidade que estes eventos alcançam ultrapassa a casa do bilhão de espectadores, perdendo apenas, neste quesito, para a Copa do Mundo de Futebol, também realizada de 4 em 4 anos. Toda essa exposição ajuda significativamente no incentivo da prática esportiva de crianças, jovens e adultos, não importando sua cor, etnia, preferência religiosa e condição socioeconômica.
E tudo isso não é diferente para as pessoas que têm alguma deficiência, que são atraídas com o mesmo magnetismo ao verem para-atletas superando suas deficiências e alcançando feitos inacreditáveis. Os Jogos Paralímpicos são disputados logo após o término dos Jogos Olímpicos e acontecem nas mesmas arenas e estádios. Realizado pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, este evento tem sua origem em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para pessoas com lesão medular e como tratamento clínico de militares que sofreram lesões durante a Segunda Guerra Mundial. O sucesso das primeiras competições proporcionou um rápido crescimento ao movimento paralímpico, que em 1976 já contava com quarenta países.
Vinte e oito modalidades compõem o programa dos Jogos Paralímpicos de Verão, sendo que 25 já foram disputadas. Além de modalidades do esporte convencional adaptadas para atletas com deficiência, como atletismo, natação, basquetebol e tênis de mesa, há esportes disputados exclusivamente nas Paralimpíadas, como bocha, goalball e futebol de cinco.
O atual momento do paradesporto no Brasil não tem precedentes. Nos últimos anos temos observado, com grande orgulho, as conquistas de nossos atletas paralímpicos e podemos ficar muito otimistas sobre a possibilidade de melhorar o excelente 7º lugar no quadro de medalhas, obtido em Londres 2012. Esse indicador, que aponta para resultados bastante promissores, foi construído ao longo desses últimos anos com o surgimento de iniciativas que incentivaram a prática esportiva para pessoas com deficiência e atletas que conquistaram o reconhecimento e respeito dentro da comunidade esportiva mundial, como Clodoaldo Silva, Daniel Dias, Terezinha Guilhermina e Alan Fontelles, dentre tantos outros.
Diante deste momento único e histórico que vai acontecer em nosso país, a Associação Desportiva para Deficientes, a ADD, desenvolveu um projeto que tem por objetivo dar ainda mais visibilidade ao esporte paralímpico brasileiro, trazer um pouco da história do desenvolvimento do paradesporto no estado de São Paulo e mostrar alguns dos personagens que contribuíram para que chegássemos neste patamar que nos permite sonhar com uma classificação entre as 5 melhores nações nos Jogos Paralímpicos em 2016. O Legado Paulista ao Esporte Paralímpico é uma publicação desenvolvida para valorizar o papel de pessoas e entidades do estado de São Paulo na construção de gerações de atletas que se tornaram destaque nacional e internacional em suas modalidades. O livro traz também muitas informações para que os leitores conheçam mais detalhadamente os esportes paralímpicos, com suas especificidades e adaptações. Além da versão impressa, a publicação traz uma versão digital com os recursos de acessibilidade para o leitor com deficiência visual, disponível em nosso site – www.add.org.br.
Produzido pela Áurea Editora, empresa reconhecida por sua expertise no segmento, e com o incentivo do PROAC - Programa de Ação Cultural do estado de São Paulo, o Legado Paulista ao Esporte Paralímpico contou com o patrocínio da NETSHOES e PAPIRUS, duas parceiras da ADD que acreditaram no projeto e viabilizaram sua realização.
Uma ótima leitura a todos.
*Fundadora da ADD.